quarta-feira, 23 de março de 2011

O país demitiu-se.

O que mais me preocupa actualmente é o facto de todos os políticos se terem demitido há muito tempo das suas responsabilidades, do nosso país e disto não ser novidade nenhuma para ninguém! A imprensa, depressa se apressa a contar desgraças, os políticos a fazer campanha e os portugueses  a perderem a tempo a acreditar na democracia. 

Acreditamos que o nosso voto conta. Mas não.Trabalhamos a acreditar que estamos a cumprir com os nossos deveres e a contribuir para um Portugal maior e melhor. Mas não. No fim, vivemos na corda bamba da nossa própria existência. Sim. Sei que muitos dos portugueses vão deixar de ter capacidade para sobreviver, enquanto outros, gozam do poder e de grandes fortunas construídas à pala da corrupção, tráfico de influências, roubos astronómicos e ainda assim continuam impunes, a olhar para baixo com desdém, arrogância, muita moral, muita tranquilidade e acima de tudo muita indiferença. Fruto do poder! Fruto do nosso voto e para quê?

Mas não tenhamos ilusões, o próprio povo português também se demitiu. Demitiu-se de ter vida própria, de gozar os melhores e maiores prazeres da vida. E porquê? Porque dedica a maior parte do seu dia ao trabalho, ganha mal, mas vive na esperança de construir o seu próprio futuro e na esperança de que tudo pode melhorar. No fim da jornada... o povo senta-se no sofá! Ao invés de gozar o restinho do dia que lhe sobra em família e de poder comer sapateira, vê as notícias, fala muito sobre elas e por fim assimila o facto de que afinal de contas e em resumo o que lhe estão a dizer é que vai ter de apertar mais um bocadinho o cinto e pensar muito bem em quem vai votar. Em suma, demitiram-no da sapateira, demitiu-se da mulher, demitiu-se da filha e de poder gozar o pouco tempo que tinha com elas. Entretanto é hora de deitar, para acordar cedo e ir trabalhar para nunca comer sapateira e pagar pelos erros do país.   

Eu demito-me. Voto em branco. Que seja o costume: o que os que estão lá no poder querem. Já o é! Pelo menos não perco tempo a pensar se coloco a cruz mais acima ou mais a baixo. 

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